Outro dia, acessei o site da SAP Press e fiz download da demonstração do livro “SAP FIORI CERTIFICATION
GUIDE”, porque quero tirar essa certificação.
A demonstração do livro tem o sumário indicando os tópicos existentes no conteúdo. E o primeiro capítulo é sobre User
Experience. Pesquisei por “User Experience” no OpenSAP e encontrei um curso chamado “SAP's UX Strategy in a Nutshell“, que acredito que contempla em partes o que deve estar contido no
livro.
Este artigo é uma resenha da primeira aula desse curso, de forma a fixar o conhecimento e também compartilhá-lo.
Por volta do ano de 2004, o fundador da sap Hasso Platner leu um artigo
sobre Design Thinking, e se
interessou sobre o assunto. Se interessou tanto que até fundou uma escola de
Design Thinking.
O artigo falava sobre objetivo chave de Design Thinking, que é elaborar soluções que atendam a 3 critérios, que são: possível, viável, e desejável.
Do inglês: feasibility,
viability, desirability .
- Feasibility está relacionado com a área
técnica. Se refere à possibilidade construir tecnicamente uma solução.
- Viability está relacionado com a
área de negócio. Significa se é viável para a área de negócio, se tem
utilidade, se atende alguma necessidade real, e se é capaz de continuar
existindo por si só após a finalização da implantação, sem grandes
dependências de manutenção.
- Desirability está relacionado à
pessoa, ao indivíduo na sua singularidade, com preocupações, emoções, relacionamentos.
Significa que o usuário deve gostar de usar o produto. Deve fazer sentido
para ele. O usuário precisa sentir satisfação ao utilizar o produto. Não
se trata apenas de fazer uma tarefa. O sistema, além de realizar a tarefa,
tem que resolver um problema. a execução da tarefa não pode ser outro
problema.
Design Thinking é uma forma de agregar valor aos produtos, ao entender a linguagem do usuário e criar essa linguagem para criar produtos. É preciso se colocar no lugar do usuário, calçar o sapato dele, enxergar como ele enxerga. Hoje o dia a dia de um consultor SAP não é assim. A
gente basicamente escuta o usuário falando da tarefa que ele precisa executar, e cria uma solução
que executa a tarefa, sem se
importar muito com os problemas do usuário, as preocupações, limitações,
relações.
A maioria das soluções
empresariais do mercado ofereciam muitos recursos em feasibility e viability.
Enquanto os aplicativos pessoais focavam muito em desirability.
Repare os os apps pessoais são feitos de forma a estimular o engajamento da pessoa. Fazem a pessoa estar sempre usando o aplicativo, porque o
aplicativo resolve um problema e ao mesmo tempo traz satisfação ao ser utilizado.
Porém as telas do SAP tem histórico de insatisfação dos usuários. A experiência de usuário do SAP GUI foi projetada em 1992, quando ocorreu o lançamento do sap R/3. Isso já foi um avanço para
época. Pois voltando mais para trás no tempo da informática, era tudo por linha
de código né. Olha a tela do SAP R/2:
Créditos da Imagem: SAP Design Guild (sim, é Guild)
Então o Tio Hasso buscou trazer para dentro da empresa SAP esse valor da desirability ao criar soluções. E não mais fazer produtos que sejam viáveis tecnicamente e que façam várias tarefas. As soluções, além de úteis, também precisam ser simples, rápidas e trazer engajamento.
É muito fácil comprar
produtos e comprar passagens por apps pessoais. Mas no sistemas empresariais é
mais difícil. Então a
ideia foi trazer essa facilidade dos aplicativos pessoais para dentro dos
aplicativos empresariais. Isso se chama ‘consumer-like experience’ ou ‘consumerization’, que é pensar no funcionário da empresa como um consumidor de produtos e serviços.
Para começar a implantar uma interface de usuário nova, eles começaram a
olhar para a interface que eles já tinham. Fizeram um levantamento e chegaram
ao número de mais de 400 mil telas SAP GUI.
Seria muito complicado renovar 400 mil telas, porque além do tempo de desenvolvimento, existe o tempo de adoção. E como a tecnologia está
mudando muito de ano em ano, uma solução poderia ficar atrasada antes de ser adotada.
Em 20 anos, a SAP lançou 20 novos produtos para renovar a experiência do
usuário, mas 80% dos usuários se mantinham utilizando SAP GUI. Justamente por
causa do trabalho envolvido e do custo de implantação, também por causa
do período de adoção.
Então a SAP mudou o
raciocínio. Ao invés de lançar novamente um produto totalmente novo para user
renovar a user experience, dessa vez foi feita uma estatística de telas mais utilizadas, e o gráfico dessa estatística apresentou uma
curva decrescente, que significa que poucas telas são usadas por muitas
pessoas, por exemplo telas de timesheet e de aprovação, que são atividades
mais genéricas.
Foi decidido renovar a experiência do usuário das telas mais utilizadas, tornando-as ‘consumer-like’. Essa parte da estratégia foi chamado de RENEW.
Porém ainda existia um grande número de telas utilizadas por menos pessoas. O número de telas é grande porque são muitos processos, e
também tem muitas soluções específicas para diferentes ramos da indústria. E existe também a necessidade
de customizar necessidades
específicas dos clientes. E para o cenário da personalização, buscou-se
fornecer mais frameworks e
ferramentas para os clientes e parceiros personalizarem suas soluções,
simplificando e renovando os processos mais significativos para eles. Essa parte da estratégia foi chamado de ENABLE.
À estas duas partes da estratégia foi adicionada uma terceira, chamada
NEW. New significa a busca em atender um novo patamar na experiência do
usuário. Este patamar é chamado de “consumer-grade” . O objetivo da estratégia
NEW é que cada nova solução criada pela SAP deve buscar atingir o patamar
“consumer-grade”.
E é assim que a SAP apresenta a nova estratégia do usuário. Repare que SAP Fiori é apenas uma parte dela. Mais detalhes em https://experience.sap.com/ux-strategy/.
Você já tinha conhecimento desses conceitos? Comente abaixo se sim ou não.
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